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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

AURORA - Capítulo Cinco!

O capítulo cinco da fic... espero que (se tiver alguém lendo... auhauha) esteja gostando!!

Ta aí!:

Capítulo 5

A Chegada Inesperada

Quase duas semanas haviam se passado desde que tivera meu último sonho com aquela vida da qual sentia como minha. Estava desesperada, sabia que desejara o fim daquilo tudo, mas agora que parecia ter chego não parecia justo. Eu convivera com os sonhos toda minha vida, nunca falharam uma só noite, e de repente eles desapareceram, parecia que perdia algo importante. Aquilo era parte de mim.

Havia acordado alguns minutos antes do toque do despertador, afinal este servia de mera segurança, eu nunca perdia a hora, eu nunca acordava em atraso, era sempre exatamente ao fim do sonho, mas o costume já era tal que nem ao menos precisava mais deles. Ainda deitada na cama, virei de lado, perdida em pensamentos de porque os sonhos haviam me abandonado, quando o toque do despertador me retirou dos meus devaneios.

Levantei, e enquanto arrumava-me para a escola, deixei-me vagar novamente, a única explicação que encontrava era o piano. Algo adormecera para sempre, como desejava, mas será que nada seria despertado? Será... Aquilo era um sol, não era?

Dirigindo pelo estacionamento da escola, fui direto para a vaga que costumava ocupar e girando o volante de modo displicente, precisei frear bruscamente. A vaga estava ocupada e por pouco não batera na traseira de um caríssimo carro conversível, chamativo e provavelmente importado. Exasperada com a ofensa de ver um carro estacionado em minha vaga, dei ré e sai a procura de um lugar em que pudesse parar.

Quando encontrei uma vaga, muito distante no estacionamento, já estava em cima do horário, e sai as pressas para a aula de geometria. O Mr. Smith ignorou minha entrada dando-me um cortante olhar, mas sem dizer uma palavra. Sentei-me ao lado de Lydia, que me cumprimentou com um aceno de cabeça e voltou sua atenção a aula.

Eu nunca tivera muitos amigos nas escolas por onde passei e em Forks não foi diferente, havia um pequeno grupo de colegas com que sentava-me na hora do almoço e de vez em quando saíamos para um cinema, uma pizza ou simplesmente para estudarmos juntos, mas para mim, nenhum deles era meu verdadeiro amigo.

Aos olhos dos outros, acho que era vista como quieta e misteriosa demais para fazer amizades, só o fato de já ter passado por mais de cinqüenta escolas era motivo suficiente para não se apegarem, mas as pessoas pareciam até gostar de mim.

O horário do almoço pareceu demorar naquela manhã, mas ao deixar a aula de biologia para dirigir-me ao refeitório eu sentia uma estranha apreensão e uma expectativa inexplicável. O refeitório estava lotado e barulhento, mas ao sentar-me em minha mesa habitual, junto aos colegas, percebi uma leve tensão e murmúrio nas mesas em volta, que não era diferente na minha mesa.

Jerry, Mitchel e Mary estavam a direita, Lydia, Adam, Zack e Paul a esquerda da minha cadeira, mas a conversa silenciosa espalhava-se por toda a mesa. Sentando-me, peguei uma maçã, mordi e procurei entender a conversa que se passava.

_...muito gostosa... – sussurrava Adam.

_Alguém devia ir apresentar a escola a eles... – comentava Mary.

_Eles não parecem desejar isso, olha a cara deles! – exclamou Paul.

_...muito, muito gostosa... – repetia Adam.

_A baixinha parece que está com medo de alguma coisa, não acham? – perguntou Zack.

_De que alguém roube o gato do namorado dela... olha só que lindo! – explodiu Lydia.

_Nunca vi uma loira como aquela, pena que o cara é muito grande pra que eu tenha coragem de enfrentar. – falou Jerry.

_...muuuuuito gostosa meu! – insistiu Adam.

Enquanto os murmúrios me invadiam, procurei por todos os lados os merecedores de tanta atenção, mas quando um cara na mesa da frente se levantou, foi que eu os vi. Na mesa mais distante do refeitório, a quase vinte metros de distância, estavam eles, quatro deles, um mais lindo que o outro, pareciam impossíveis de existirem no meio de toda aquela gente comum.

Seus movimentos eram graciosos, a fala parecia muito leve, apesar de estar distante demais para ouvir, e suas expressões estavam muito tensas, como se estivessem incomodados com algo a sua volta, mas nada era diferente do que deveria ser, a não ser talvez as roupas mais modernas. Tirando isso, eram eles lá, Alice, Jasper, Rosalie e Emmett, aqueles rostos tão conhecidos, mas jamais vistos.

Algumas coisas aconteceram ao mesmo instante, eu perdi o fôlego e deixei minha maçã cair com um baque sobre a bandeja, derrubando meu refrigerante sobre quase todo mundo, e fazendo um pequeno escândalo. Alice com um movimento seco e direto virou o rosto em minha direção e me atravessou com seu olhar profundo enquanto ficava de pé, Jasper, percebendo e antecipando sua reação, segurou seu braço e seguiu seu olhar, os outros fizeram o mesmo.

O movimento do grupo dos ‘novatos’ não passou despercebido por nenhum dos alunos presentes naquele lugar, mas felizmente ninguém teve certeza do exato ponto para onde olhavam. Acho que estava quase tão pálida quanto os vampiros, naquele momento, levantei-me, inventando a primeira desculpa que me veio a mente, e sai pela porta mais próxima.

Andei uns quarenta metros em passos rápidos, em direção ao ginásio, a chuva leve pareceu limpar um pouco minha mente, a água escorria por meu rosto carregando lágrimas, de tantos sentimentos que não saberia descrevê-los. Toda a minha vida escorria por meu corpo junto aquelas gotas, mas ao mesmo tempo que desejava ardentemente enfrentar aqueles estranhos de rostos brancos como a neve, eu não sentia-me corajosa o suficiente para mover um só de meus músculos.

Talvez tenha-se passado no máximo um minuto, mas não pensava no relógio naquele instante, eu podia sentir que à minhas costas haviam quatro pares de olhos dourados impacientes concentrados em minha nuca, mas eu os conhecia bem o suficiente para saber que o tempo não era um empecilho para nenhum deles. Quando me pareceu confortável simplesmente ficar ali parada pelo resto da eternidade, me virei, e eles estavam lá.

Nenhuma das expressões pareciam fazer algum sentido, nenhum deles parecia saber o que dizer ou o que fazer, eles, na verdade, pareciam ainda mais confusos do que eu e não faziam questão de disfarçar estes sentimentos. Eu sabia que o movimento microscópico de seus lábios indicavam conversas silenciosas que tentavam esconder de mim, mas eu os conhecia, eu sabia quem e o que eles eram.


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